"É só separar?" - Um olhar sobre mulheres que sofrem violência

Comumente quando conhecemos um casal em conflito nos questionamos do porque eles não se separam, principalmente em casos de violência física , verbal e moral. Usa-se termos como: "Por quê não deixa ele?", "Ela gosta de apanhar" etc.

Quantas vezes você já ouviu essas frases para se referir a mulheres em situação de violência? Ou quantas vezes você mesma foi alvo desses julgamentos? O senso comum pode ser muito cruel quando o assunto é a violência contra a mulher. É comum que as vítimas sejam vistas como culpadas pelo próprio sofrimento.

No imaginário coletivo existe a ideia de que seria simples ou fácil romper o ciclo de abuso, e por isso, as pessoas julgam mais a mulher agredida do que o homem agressor.

Outro aspecto importante é a narrativa de que ninguém deve "meter a colher" em brigas de casal. Isso é tão sério que especialistas em segurança recomendam que mulheres agredidas gritem "fogo!" ao invés de "socorro" pois elas terão mais chances de serem socorridas.

Essa violência muitas vezes é "justificada" por outro por conta de persoanlidade, bebida, traumas que sofreram. Ouvimos "no fundo ele é um bom homem" ou "mas ele é um bom pai" como justificativa para aconselhar mulheres agredidas a não se separarem. Também é frequente a omissão de todos a nossa volta.

A omissão faz parte de uma cultura que oprime, julga e culpa aquelas que deveriam receber acolhimento.

Precisamos acolher mais e julgar menos.

Se você conhece alguma mulher ou está nessa situação, não se envergonhe, não se cale e procure ajuda!